Interseccionalidade

"A interseccionalidade é uma conceituação do problema que busca capturar as consequências estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou mais eixos da subordinação. Ela trata especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras. Além disso, a interseccionalidade trata da forma como ações e políticas específicas geram opressões que fluem ao longo de tais eixos, constituindo aspectos dinâmicos ou ativos do desempoderamento." (CRENSHAW, 2002, p. 177). 


A Interseccionalidade surgiu de uma necessidade de entendermos e enxergarmos as opressões de forma mais clara, entendendo que há sobreposição das opressões, principalmente ao falarmos de gênero, classe e raça.  


É imprescindível entender, por exemplo, que as pautas e demandas de mulheres não são únicas e universais, mulheres brancas e negras por exemplo, são oprimidas de formas muito diferentes. Ao passo que a mulher branca estava lutando pela inserção no mercado de trabalho e voto na primeira onda do feminismo, mulheres negras lutavam para serem reconhecidas como indivíduo e não mão de obra.  


Nesse contexto, mulheres cis e mulheres trans também possuem pautas muito diferentes, onde as mulheres trans lutam para sobreviver num mundo regado por transfobia que insiste em negar sua existência 


Por isso, universalizar pautas e generaliza-las é, de certa forma, negar a existência de certas opressões e ao nega-las não podemos combatê-las. Por isso, se faz importante entendermos e discutirmos interseccionalidade como uma oportunidade de enxergarmos claramente os diferentes impactos das diferentes opressões para assim, podermos detê-los


 


Comentários

Postagens mais visitadas